SINOPSE: Para Ronit, uma jovem solteira a viver em Nova Iorque, o Judaísmo Ortodoxo no qual foi educada é uma religião sufocante de que fugiu há muito tempo. Quando descobre que o pai, um estimado rabi da comunidade judaica de Londres, faleceu, decide regressar a casa pela primeira vez em anos.
O seu regresso confronta-a com memórias de infância. As amizades e os amores que formou na adolescência voltam para a assombrar e lembram-na, de forma dolorosa, que não só é uma estranha na sua própria casa, mas também uma ameaça à tradição.
Dividida entre os seus desejos pessoais e a obediência a Deus, que escolha resta a Ronit? Uma vida de conformismo… ou desobedecer a tudo o que lhe foi ensinado desde a infância?
OPINIÃO: Ronit renunciou à religião, afastando-se (fugindo) da comunidade de judaísmo ortodoxo na qual nasceu e foi criada. Quando o pai, um rabi importante na mesma comunidade, morre, Ronit volta a um local que lhe mostra que o passado será sempre uma sombra no seu futuro.
Conhecia o judaísmo e algumas ideias e costumes, mas não tinha conhecimento do judaísmo ortodoxo. Este é mais rigoroso, rígido e conservador e isso está bem descrito ao longo de todo o livro, sobretudo nos pensamentos e nas acções dos personagens (e até nas orações da religião), à excepção da Ronit.
Todos os que ficaram na comunidade seguem as regras. É-nos mostrado como a religião (e não apenas esta) nos pode moldar a mente e como, por vezes, apenas a distância nos permitirá observá-la com clareza e não absorver as partes más dela.
Não é uma história muito activa. É um enredo com poucos acontecimentos surpreendentes, mas prima pelas revelações internas, nomeadamente no que diz respeito a emoções, pensamentos e ideais de vida.
Leva-nos a refletir sobre fazer o que está certo, porque foi o que nos ensinaram, e pensar o que se devia fazer em favor de nós mesmos.
Não é apenas um livro de um personagem que se revolta contra a sua religião. Ronit não foi apenas uma rebelde. A história revela-nos que o afastamento foi necessário para a sobrevivência emocional dela.
É um bom livro, descrevendo a religião sem cansar, sem muita acção, mas com momentos reflexivos.